O processo de migração interna no Brasil nos anos 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Nesse período surgiram “dois Brasis”. O Brasil da região Sul compreendia os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais (com exceção da região norte do estado), São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Era considerado o país moderno, industrializado, desenvolvido e urbano, com centros universitários. O trabalho assalariado e o grande número de imigrantes estrangeiros formavam a mão-de-obra.
O outro Brasil era o país rural e subdesenvolvido, com altos índices de analfabetismo, desemprego e fome.
A partir de 1950 ocorre uma intensa aceleração do movimento migratório no país, com deslocamentos das regiões rurais do Nordeste e do Norte de Minas Gerais para a Região Metropolitana de São Paulo. Enquanto em 1940, 3,4 milhões de brasileiros viviam fora dos locais de nascimento, esse número saltou para 53,3 milhões em 1991. “A mecanização do mundo rural contribuíram para a queda da participação da população rural na população total do Brasil, que passou de 68,72% em 1940 para 54,93% em 1960, 32,30% em 1980 e 21,64 em 1996”.
Na década de 1970, 3,2 milhões de migrantes se deslocaram para São Paulo. Na década de 1980 houve uma pequena redução, e o número de migrantes que chegaram a São Paulo foi de 2,6 milhões. Na década de 1990, o estado voltou a receber 3,2 milhões de novos migrantes. A Região Metropolitana de São Paulo foi o grande pólo de recepção. Nela, 73,6% dos migrantes vieram do Nordeste.
A concentração de indústrias em São Paulo, com uma mão-de-obra oganizada com bons salários,transportes, bancos e um mercado regional foram atrativos importantes para as populações nordestinas, submetidas ao poder dos coronéis, a quem deviam “favores” por morarem em suas terras em condições precárias, até
mesmo subhumanas. O ciclo do café facilitou o processo de migração com a integração do espaço nacional ao construir rodovias e ferrovias para o transporte do produto até os portos. Esse fato acelerou e estimulou a migração nacional.
Bruno Dallari
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